domingo, 7 de abril de 2013

Verticalização faz capital mineira passar de cidade jardim a selva de pedra

Cidade onde a expansão urbana chegou ao ápice, Belo Horizonte continua a entregar à construção civil seus últimos remanescentes de áreas verdes. Apenas neste ano, foram anunciados três grandes empreendimentos imobiliários em terrenos constituídos de matas – alguns com árvores protegidas por lei, como ipês e pequizeiros. Especialistas culpam a falta de planejamento e o desrespeito às diretrizes urbanas da cidade para a verticali-zação desenfreada.

No segundo semestre, o cidadão da capital terá mais uma chance de definir os rumos da ocupação da capital. Realizada de quatro em quatro anos, a Conferência Municipal de Políticas Urbanas discutirá amplamente a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Representantes do poder público e da sociedade definirão formas de utilização de lotes urbanos, apresentando parâmetros urbanísticos.

Na última edição, em 2009, vários acordos voltados para zoneamento, regularização de imóveis e espaço público foram firmados com o objetivo de preservar as áreas verdes. No entanto, a direção do Movimento das Associações de Moradores de Belo Horizonte (MAMBH), entidade que congrega representantes de mais de 200 bairros, afirma que a prefeitura vem descumprindo os acordos. “Na Pampulha, principalmente no entorno da orla, foi proibida a verticalização, mas hotéis estão sendo erguidos na região”, exemplifica o presidente da entidade, Fernando Santana.

Requalificação

Além disso, Santana afirma que o poder público, vinculado a interesses políticos, vem requalificando as Áreas de Diretrizes Especiais (ADEs), visando atender somente ao setor empresarial. “Vários bairros caracteristicamente residenciais estão sendo transformados em áreas mistas, permitindo a instalação de empreendimentos de grande impacto para a vizinhança, como shoppings, hipermercados e motéis”.

O desenvolvimento, diz Santana, é necessário, desde que para todos e estimulado de forma sustentável e ética. “A destruição indiscriminada do verde é desumana e desnecessária”, destaca o advogado Wilson Campos, assessor Jurídico do MAMBH.

Fonte: Fernando Zuba - HOJE EM DIA
Foto: Frderico Haikal

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