quinta-feira, 10 de maio de 2012

Famílias participam de Audiência na Assembleia Legislativa e cobram moradia


Cerca de 200 moradores da Ocupação Eliana Silva participaram ontem da Audiência Pública da Assembleia Legislativa (ALMG) sobre a questão da moradia em Belo Horizonte. As famílias cobraram das autoridades solução para as 350 famílias da Ocupação que, não tendo para onde ir, ocuparam um terreno abandonado no Barreiro. A audiência foi marcada a pedido do MLB pela Comissão de Direitos Humanos. A defensoria do Ministério Público também se somou ao pedido de audiência.

Estava presente além dos deputados Durval Ângelo (PT), Paulo Lamac (PT), Sargento Rodrigues (PDT), membros da Comissão de Direitos Humanos, os representantes da Prefeitura José Flávio Gomes e Aloisio Rocha Moreira (Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte - Urbel); representante do Ministério Público, Cleide Aparecida Nepomuceno; o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, Emílcio José Lacerda, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-MG, Wagner Dias Ferreira; assessora Jurídica do Ministério Público, Cristiane Santos Fernandes Orneles e o representante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e assessor do vereador Adriano Ventura (PT), Marcos Landa.

“Não adianta mandar batalhão, tem que mandar a solução social”

O companheiro Leonardo Péricles, membro da Coordenação Nacional do Movimento de luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) falou em nome das famílias da ocupação e denunciou a ação da polícia. “A polícia quer intimidar os moradores da ocupação. São policiais homens revistando as mulheres e senhoras moradoras da Eliana Silva. Querem impedir a entrada de mantimentos para as famílias e vocês imaginem a situação do povo enfrentando chuva e frio debaixo das lonas para lutar por moradia”, afirmou Leonardo.

Os representantes da prefeitura não falaram sobre as denúncias. Aloisio Rocha Moreira (Urbel-Prefeitura) disse que “habitação é uma política social prioritária para a prefeitura”. José Flávio Gomes (Urbel- Prefeitura) disse que a prefeitura tem um cadastro com 198 mil pessoas reconheceu que faltam casas para a população pobre, mas que estão sendo construídas 13 mil casas. Segundo ele “há um problema de falta de espaço para construção em Belo Horizonte”.

Poliana Souza, moradora da Eliana Silva denunciou o descaso da prefeitura com o povo de Belo Horizonte: “A prefeitura não entregou nenhuma casa para pessoas da faixa de zero a três salários mínimos e ainda querem nos despejar. Dizem que falta terreno, mas o terreno que nós ocupamos estava abandonado. Nossas famílias moravam de favor ou eram escravas do aluguel. Não temos para onde ir e não vamos para debaixo da ponte. A prefeitura tem que apresentar uma solução”, cobrou Poliana.

O deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, pediu abertura de diálogo por parte da prefeitura. “O que vemos é a total falta de política habitacional em Minas Gerais. Não adianta mandar batalhão, tem que mandar a solução social”, conclui.

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