Há poucas semanas de completar 1 ano, a luta das famílias da Ocupação Eliana Silva continua viva e cada vez mais firme. Durante os últimos 11 meses muitos desafios foram superados, vários avanços foram registrados, mas o governo de Antônio Anastasia e o prefeito Márcio Lacerda, ignoram por completo as necessidades básicas dessas famílias de Belo Horizonte. Solucionar os problemas de cerca das 350 famílias é urgente. Somos cidadãos e temos direito à moradia digna.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Moradores das ocupações Eliana Silva fazem marcha até a regional Barreiro
Ontem (25/04) os moradores da Ocupação Eliana Silva, Camilo Torres e Irmã Dorothy fizeram uma grande marcha de 7km que partiu das ocupações (Barreiro de Cima) até a sede da Prefeitura Regional Barreiro.
A reivindicação principal foi pela urbanização das ocupações e contra o despejo das comunidades. Uma comissão dos moradores foi recebida pelo Secretário da Regional, Wanderley Porto. A pauta de reivindicações (abaixo) relata 10 pontos principais defendidos pelas comunidades.
Vamos pressionar a prefeitura pelo estabelecimento do diálogo. Com recursos do "Minha casa, minha vida" é possível urbanizar as comunidades e evitar qualquer despejo.
Seguimos firmes na luta e agradecemos o apoio de todos!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=AgBMVcL1cSI
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Fim de semana de intensas atividades na Ocupação Eliana Silva
Festa de um ano da primeira ocupação Eliana Silva
No sábado foi realizada festa de
um ano da primeira ocupação Eliana Silva, (ocorrida em 21 de abril e despejada
no dia 12 de maio de 2012), com a participação de convidados como: Heloisa
Bizoca, representando o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania,
Ana Lúcia do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Richard José das Brigadas
Populares, Frei Eustáquio – Agostinianos, Padre Zé Eustáquio da paróquia da
região, Diony Gallegos da Casa Latina, Frei Gilvander – Carmelitas, Gonzaguinha
do SINDIELETRO-MG, Denis Fotografo do Movimento Fora Lacerda, Maria da
Consolação – PSOL, Vereador Adriano Ventura – PT e Matheus Malta do PCR. Foi exibido
pela primeira vez aos moradores o curta metragem, produzido pelo cineasta
paulista Anderson Lima, “A Rua é Pública” http://www.youtube.com/watch?v=JYL92YERklE,
assistido com muita emoção por todos. Houve também um ato em que os convidados
foram homenageados com um certificado do MLB. Logo após com muita musica e
caldo de mandioca os presentes comemoraram o aniversario da ocupação.
Vista
da Relatoria da ONU
No domingo (21) pela manhã, a ocupação
recebeu a visita de uma comissão composta pelo relator Leandro Franklin
Gorsdorf da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos
Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais – DHESCA – Brasil, seu
acessor Cristiano Mueller e de Leleco da União Nacional por Moradia Popular.
Essa comissão está preparando um relatório para Organização das Nações Unidas
sobre a situação dos direitos humanos em relação a moradia. A comissão percorreu
a ocupação e foi recebida pelos moradores em assembleia que apresentaram os
projetos em andamento e o trabalho de construção da comunidade e denunciaram as
ameaças de despejo por parte da prefeitura e a perseguição policial.
A comissão visitou
posteriormente outras ocupações como Camilo Torres, Irma Dorothy, Guarani
Kaiowa, Dandara, Vila da Paz e Vila da Luz.
Na segunda (22) foi realizada
uma audiência Pública na Assembleia Legislativa de MG onde a relatoria
apresentou parte de seu pré-relatório aos deputados Durval Ângelo e Rogério
Correia da comissão de Direitos Humanos e houve grande presença das comunidades
afetadas.
Iniciadas as aulas de Alfabetização de Jovens e Adultos
No dia 25 as 19h, com grande
emoção dos presentes, foi iniciada as aulas da primeira turma de Alfabetização
de Jovens e Adultos da ocupação Eliana
Silva. Foi exibido o curta: “Vida Maria”:
http://www.youtube.com/watch?v=zHQqpI_522M.
As aulas serão dadas por dois moradores da própria ocupação que foram
capacitados para alfabetização. Os moradores receberam seus quites com bolsas,
caderno, lápis, caneta e borracha e camisa, os materiais foram conseguidos por
uma parceria do MLB com o Instituto Paulo Freire de São Paulo, a Federação Única
dos Petroleiros e o Projeto MOVA Brasil.
Quem quiser ajudar no EJA da Ocupação entre em contato: 9532-9701.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Ato político um ano da primeira ocupação Eliana Silva
Há 1 ano Ocupação Eliana Silva enfrenta PM em 2012. |
Dia 21 de abril faz um ano da primeira ocupação Eliana Silva. Essa primeira ocupação durou de 21 abril a 12 de maio de 2012, sendo despejada pela Polícia Militar a mando da prefeitura de Belo Horizonte com uso de extrema violência. Três meses após esse despejo violento, as famílias organizadas pelo MLB fizeram nova ocupação e permanecem no local a mais de 7 meses.
Ato político dia 20 -
16h na Ocupação Eliana Silva
Participe!
sábado, 13 de abril de 2013
Eliana Silva: exemplo de vida e de luta para todos
Após quatro anos da morte de Eliana Silva, famílias da Ocupação que recebeu seu nome e o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) de Minas Gerais fazem homenagem em memória ao exemplo de vida e de luta de uma de suas mais destacadas militantes populares e socialistas.
Eliana Silva de Jesus nasceu em 03 de novembro de 1964 e foi uma grande militante do movimento social. Sua militância política teve inicio durante sua juventude no movimento estudantil secundarista mineiro, ainda na década de 80, nas lutas pelo fim da ditadura militar fascista e nas campanhas de democratização no Brasil. No movimento estudantil participou ativamente da reorganização da União Colegial de Minas Gerais - UCMG (1989), dos congressos da UBES e das intensas lutas pelo Meio Passe e pela conquista da meia-entrada (1992). Apoiou a organização do movimento sindical, atuando em várias greves e eleições de sindicatos e categorias importantes, como da Construção Civil, dos Metalúrgicos e dos Rodoviários. Participou das lutas populares que aconteceram no Brasil nesse período, como, por exemplo, da luta contra as reformas neoliberais de Collor de Mello, Itamar Franco e FHC, em especial, contra as privatizações das empresas estatais.
Em 1995, quando ocorreu a cisão do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR8, Eliana Silva não vacilou em se juntar ao numeroso grupo de companheiros que decidiram reorganizar o Partido Comunista Revolucionário – PCR, do qual foi militante até sua morte.
Eliana Silva foi uma dedicada militante comunista, que tinha entre outras características, a simplicidade e a sensibilidade capazes de compreender e lidar com os problemas vividos pelo ser humano. Por isso colocou sua vida à disposição de todos os seus semelhantes, dedicando sua vida e seu tempo a ajudá-los e organizá-los coletivamente.
Muitas lutas e conquistas na Vila Corumbiara
Em março de 1996, participa da organização de uma das maiores e mais combativas ocupações urbanas do país: a Ocupação da Vila Corumbiara, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, sendo uma das principais lideranças desse movimento, resistindo as ameaças do cerco policial e ao descaso e ordens de despejo do prefeito Patrus Ananias diante do problema das famílias de ocupantes. Naqueles anos não existiam programas de construção de casa populares, como hoje existe o Minha Casa, Minha Vida. Tudo precisava ser conquistado com intensas lutas. E como presidente da Associação dos Moradores, Eliana foi protagonista direta dessas lutas em Belo Horizonte. Da união e da resistência dos moradores, a Vila Corumbiara cresceu, se desenvolveu e transformou-se num bairro. Todos os direitos conquistados pelas famílias da Vila foram fruto de muitas lutas, muitas passeatas, manifestações e ocupações da sede Regional da Prefeitura, no Barreiro. Com essas lutas foi possível conquistar transporte escolar, linha de ônibus do bairro até a Estação, asfalto, coleta de lixo, iluminação pública, rede de água e esgoto na comunidade. Lutou até os últimos dias de sua vida pelo direito ao título de posse de suas casas, conquista que só foi obtida pela comunidade apenas após sua morte. A situação da moradia popular está cada vez pior em BH e, passados 17 anos desde a ocupação da Vila Corumbiara, pouca coisa mudou.
Em um depoimento emocionado Joana do Espirito Santo, moradora da Vila Corumbiara há 17 anos, vive no local desde o inicio daquela ocupação, disse sobre sua convivência com Eliana: “Uma pessoa que se preocupava não só com ela, com a família dela, mas com todos. Não deixava nada passar em branco, conseguia carro de som, lutava com o povo, fazia aniversário da ocupação da Vila. A casa dela era um verdadeiro escritório, onde fazia os jornais e reunia as pessoas. Passava nas casas convidando os moradores e logo assumiu a Associação dos Moradores. Era uma pessoa que reunia e aconselhava as famílias. Cuidava dos filhos dos outros como se fossem dela e mesmo quando ficou doente não parava quieta e lutava com agente.”
No ano de 1999, juntamente com companheiros de diversos estados do Brasil participa da organização e do Congresso de fundação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB - realizado em Belo Horizonte e integra sua coordenação nacional.
Ao descobrir um câncer de mama, imediatamente inciou um duro e difícil tratamento. Foram alguns anos de luta contra a doença e apesar de ter encarado mais esse desafio com a mesma disposição e energia de sempre, infelizmente não conseguiu vencer, vindo a falecer no dia 22 de janeiro de 2009. Apesar da tristeza com a perda de Eliana os moradores da Vila Corumbiara continuaram na luta e reelegeram uma nova presidente para a Associação de Moradores, que dá continuidade ao trabalho pelas melhorias na comunidade.
Em abril de 2012, durante a assembleia das famílias que acabavam de realizar uma nova ocupação em Belo Horizonte, foi decidido por unanimidade prestar uma justa homenagem a essa lutadora revolucionária, batizando o local com o nome de Eliana Silva. Em poucos dias, o seu nome estava sendo anunciado em todos os principais jornais, rádios e redes de TV de Minas Gerias e do Brasil, tamanha a repercussão que teve a ocupação, se destacando como uma das principais ocupações urbanas do país no ano de 2012. As famílias da ocupação, mesmo que em grande parte não a tenham conhecido, seguem a luta e seu exemplo de vida.
Após quatro anos de sua morte o MLB de Minas Gerais e a Ocupação Eliana Silva fazem uma homenagem à Eliana Silva, mantendo viva não apenas a luta do povo pobre, mas a luta revolucionária por profundas transformações sociais, pelo fim do injusto sistema capitalista e pelo socialismo.
Em março de 2013, a Ocupação da Vila Corumbiara completa 17 anos de muitas lutas e conquistas, sendo um exemplo de como deve se organizar uma ocupação urbana em qualquer parte do Brasil. A Vila Corumbiara conquistas inéditas, que até então nenhuma outra ocupação urbana janais havia conquistado em BH, como transporte escolar, saneamento básico, luz e água para todos, transporte do bairro até a Estação Barreiro e, principalmente, o Título de Posse das moradias, que só foi entregue pela Prefeitura em 2010, um após a morte de Eliana. Uma vitória do MLB e de todos aqueles que lutam pela moradia popular.
A seguir publicamos uma parte do texto escrito pela própria Eliana Silva, dias antes de sua morte, em que deixa uma mensagem de otimismo e fé na vida a todos os seus companheiros de lutas do Partido Comunista Revolucionário (PCR), do MLB e da Vila Corumbiara.
"Viva. Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito" para ser insignificante. Não há nada como um dia após o outro para renovarmos nossas forças, a prece não traz soluções milagrosas aos nossos problemas, mas nos dá a paz, serenidade, compreensão e fortalece-nos, então somos capazes de encontrar os melhores caminhos. Se Deus resolvesse os nossos problemas que mérito teríamos? Aprenderíamos com eles? E tudo quanto a vida nos apresenta vem para nos ensinar a sermos melhores. Somos capazes de amar e amar é uma forma de viver...Somos viajantes que escolhemos nossas estradas conforme nossa inteligência e vontade. Respeitar a escolha alheia, mais do que alertar e mostrar pelos próprios passos a estrada por nós escolhida, não é possível fazer a nossa fronteira. A verdade libertadora é aquela que conhecemos na atividade incessante do bem.” - Eliana Silva de Jesus.
Leonardo Pericles - Coordenação Nacional do MLB
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Dona Eudi Costa: “Nós também podemos!”
Fonte: A VERDADE
Após um ano de organização, mobilização e resistência, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) comemora cinco meses de ocupação da comunidade Eliana Silva, na Capital mineira. São diversos trabalhadores e trabalhadoras combativos e conscientes de seus direitos, que servem de exemplo e municiam com esperança o conjunto dos movimentos populares, mostrando do que a força da classe trabalhadora é capaz de fazer.
Um desses exemplos é Eudi Dias Costa, que completou 55 anos de idade dentro da ocupação. Dona Eudi frequenta as reuniões do Movimento de Mulheres Olga Benario e conta, nesta entrevista a A Verdade, um pouco de sua história e das lições aprendidas na vida.
A Verdade – Como foi a sua infância?
Eudi Costa – Eu não tive infância, só trabalho. Eu tomava conta das crianças, enquanto minha mãe ia para a roça. Então eu não estudei por causa disso. Vim para Belo Horizonte nova. Fui trabalhar para ajudar minha mãe. Todo mês, eu mandava dinheiro para minha mãe e meu pai. Vivi com eles até os 17 anos. Vim me casar “depois de idade”. Eu vim sozinha pra cá. Uma dona me trouxe para trabalhar com ela e trabalhei nessa casa durante 13 anos. Aí eu encontrei o William, aqui em Belo Horizonte, e fui morar com ele. Ganhei o primeiro filho, que morreu, depois engravidei de Ludmila, tudo depois de idade. Depois dos 30 anos que vim arrumar filho.
E sua vida em Belo Horizonte?
Morava aqui em Belo Horizonte com William e fomos pro interior, em Santo Antônio do Jacinto. Lá eu lavava roupa pros outros para eu criar minhas filhas. Era dez reais a trouxona. Ia pro rio lavar na cachoeira, lavar roupa e passar roupa pros outros, e também fazia faxina. Pra lavar um monte de roupa. É 50 reais pra lavar roupa um mês inteiro pra uma pessoa. Eu lavava roupa de família rica, pros fazendeiros. Tinha vez que lavava pra outras pessoas mais pobres e eles me davam feijão, me davam arroz, me davam tudo. Não me davam dinheiro, mas me davam as coisas, mantimentos pra levar lá pra casa. Eu lavava tudo na mão e botava pra secar no rio, nas pedras.
E o que seu marido fazia?
O William é daqui. Quando chegou lá, não tinha emprego. Ele limpava quintal, lavava carro, pegava lenha pra vender pro pessoal fazer pão, fazer biscoito. Trazia, vendia e já trazia as coisas pra gente comer. A nossa vida era assim.
A senhora tinha sua casa no interior?
Nunca tive casa. Lá a casa era do meu irmão. Em Belo Horizonte morava com uma senhora que eu trabalhava com ela.
Como conheceu o MLB?
Um dia, eu conheci Sabrina (do MLB). Ela ia passando na rua, com carro de som, chamando pra reunião. Aí o William pegou um papelzinho e falou: “dia de sábado a gente vai pra essa reunião”. E aí faz um ano que estamos aqui nessa luta! Fui em Brasília com eles, e hoje nós estamos aqui na ocupação, mesmo que na primeira tentativa nos despejaram.
E como foi depois do despejo?
Tornei a voltar pro mesmo aluguel porque, na primeira ocupação, as meninas estudavam. Aí nós ficamos na ocupação, e o William continuava pagando o aluguel e as meninas ficavam lá. Aí nos despejaram. Voltei a participar das reuniões de novo, de tudo que tinha.
E hoje a senhora vive aqui?
Só aqui, eu moro só aqui, eu não vou a lugar nenhum, faço tudo aqui dentro. Nem na padaria eu vou. E mudou tudo. Até hoje, minha filha Ludmila vai até ali pegar um “marmitex” pra nós. Que nós nunca tínhamos comprado um “marmitex” na rua. Nosso dinheiro era só para pagar aluguel e comprar o remédio que eu tomo. Muitos remédios e caros. Tem um que eu tomo de seis em seis meses e custa R$ 100. E lá pagávamos água muito cara. Então não sobrava dinheiro pra nada.
O que acha da organização do movimento?
É bom demais. É importante pra nós, as reuniões, e agora tô querendo fazer alguma coisa pra gente trabalhar, ganhar um dinheiro, trabalhar para organizar essas mulheres, as meninas novas. Fazer curso pra elas e estudar, porque eu não tenho leitura nenhuma, eu não sei nem assinar o meu nome.
A senhora quer estudar aqui dentro?
Eu quero estudar aqui. Mostrar lá fora que a gente pode. Eu nunca… [emocionada], eu até choro. Eu nunca estudei na minha vida. Nunca, nunca. Nem sei por que. Eu cuidava de todos os irmãos, mas eu ia em todas as reuniões. Tinha reunião de tudo, tinha curso de comida, e eu participava de tudo. Tinha curso para trabalhar e fazer horta. Lá no interior também tinha! E eu participava de tudo do movimento. Quero estudar mais e ajudar mais as pessoas aqui também. Ninguém estudou lá em casa, a minha mãe tem leitura, ela sabe ler, mas eu não sei. Acho importante pra ensinar as pessoas lá fora que nós também podemos. Que nós temos condições de fazer as coisas aqui dentro. Todo mundo lá fora tem as coisas, não tem? Nós também podemos ter aqui dentro.
Raphaella Mendes,
Movimento de Mulheres Olga Benario
Movimento de Mulheres Olga Benario
domingo, 7 de abril de 2013
Verticalização faz capital mineira passar de cidade jardim a selva de pedra
Requalificação
O desenvolvimento, diz Santana, é necessário, desde que para todos e estimulado de forma sustentável e ética. “A destruição indiscriminada do verde é desumana e desnecessária”, destaca o advogado Wilson Campos, assessor Jurídico do MAMBH.
Fonte: Fernando Zuba - HOJE EM DIA
Foto: Frderico Haikal
Debate PELA ABERTURA DOS ARQUIVOS DA DITADURA
Participe do debate "PELA ABERTURA DOS ARQUIVOS DA DITADURA" em memória a todos os revolucionários assassinados nos porões da Ditadura Militar fascista, que oprimiu o povo brasileiro durante 21 anos.
Dia 9 de Março - Terça-feira - 18h30
Local: AFFEMG - Rua Sergipe, 393 - 2º andar - próximo à Praça da Liberdade
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Por que é tão difícil viabilizar terrenos e imóveis públicos para moradia social?
Por Raquel Rolnik*
No último domingo, o jornal O Globo publicou uma matéria mostrando que o INSS é proprietário de quase 4 mil imóveis, espalhados em todo o país, sem nenhum uso. Desde 2005, pelo menos, o Ministério das Cidades vem buscando estabelecer políticas que viabilizem o uso de imóveis públicos, entre eles os de propriedade do INSS, para produção de habitação de interesse social.
Aliás, em 2009 o governo federal anunciou publicamente a intenção de disponibilizar esses imóveis para o programa Minha Casa Minha Vida. Para se ter uma ideia, além dos 4 mil imóveis do INSS, existem cerca de 400 mil imóveis da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), além de outros milhares de terrenos da União. Foram inúmeros convênios e muitas idas e vindas entre o Ministério das Cidades, o Ministério da Previdência Social e a Secretaria do Patrimônio da União. Entretanto, até agora, mesmo com esses milhares de imóveis existentes, pouco foi feito. E o que foi “viabilizado”, na prática ainda não saiu do papel.
É o caso de 27 imóveis do INSS, adquiridos no início de 2010, por R$ 20 milhões, para serem reformados no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. Segundo a reportagem de O Globo, o Ministério das Cidades diz que desses 27 imóveis, “três estão em fase de regularização cartorial; cinco, em processo de elaboração ou aprovação de projetos; seis, em processo de chamamento de empresas para execução de projetos e obras; e nove, em fase final para contratação das obras”. Ou seja, são 23 imóveis ainda parados, 12 deles em São Paulo.
Há muitos exemplos de áreas públicas no país que poderiam ter sido utilizadas para habitação de interesse social, mas tiveram outro destino. É o caso de um terreno da RFFSA no cais José Estelita, no Recife, que foi comprado pela iniciativa privada para a construção de torres residenciais e comerciais (projeto Novo Recife), um projeto altamente contestado pela população local. Outro exemplo é o projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, onde enormes áreas públicas vão dar lugar a torres clone de Trump Towers. Enquanto isso, os movimentos de moradia lutam há mais de dez anos para que um imóvel do INSS abandonado em São Paulo seja usado para habitação social.
O fato é que a máquina do governo brasileiro é montada para não permitir o cumprimento da função socioambiental da propriedade, inclusive quando se trata de patrimônio público. Essa questão não diz respeito apenas ao INSS, mas também a terrenos da RFFSA, do patrimônio da União, entre outros. Apesar de serem reconhecidamente áreas privilegiadas para a construção de habitação de interesse social – já que é difícil encontrar terreno privado bem localizado para esse fim –, as dificuldades para tornar isso realidade são de fato enormes. Isso porque a legislação que rege o patrimônio público está construída para que estes apresentem a maior rentabilidade econômica possível – sob pena de os responsáveis por sua gestão serem acusados de lesar o patrimônio. Assim, as regras foram montadas para que o patrimônio público não possa ser utilizado em funções pouco rentáveis ou lucrativas, como é o caso de habitação de interesse social.
Em tempo: o Uruguai, nosso vizinho, constituiu um enorme banco de terras e imóveis públicos de suporte para a produção de habitação de interesse social por cooperativas.
Raquel Rolnik é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Prefeitura de BH promove mais um ato de covardia
O dia 02/04/2013, terça-feira, foi marcado por mais um ato de violência e desrespeito aos direitos humanos por parte Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Por volta das 8h da manhã, cerca de 40 policias militares junto com fiscais da Prefeitura, sem ordem judicial, iniciaram uma desocupação na Vila Horta II, que fica ao lado da comunidade Vila Irmã Dorothy, na região do Barreiro, na capital mineira.
Com o uso de um trator foram demolidos três barracos de alvenaria que já estavam quase prontos, deixando as famílias na rua e sem viabilizar nenhum lugar para que elas pudessem ir. Houve muita tensão no local com a chegada do Batalhão de Choque. As famílias temiam o pior. Um representante da fiscalização da PBH deixou uma notificação em alguns barracos dando 30 dias para que as famílias se retirassem, afirmou também que retornará nos dias seguintes para dar continuidade à demoliçãos das casas. Algumas famílias já moram no local a mais de 10 anos. A indignação é total e as famílias prometem resistir.
Com o uso de um trator foram demolidos três barracos de alvenaria que já estavam quase prontos, deixando as famílias na rua e sem viabilizar nenhum lugar para que elas pudessem ir. Houve muita tensão no local com a chegada do Batalhão de Choque. As famílias temiam o pior. Um representante da fiscalização da PBH deixou uma notificação em alguns barracos dando 30 dias para que as famílias se retirassem, afirmou também que retornará nos dias seguintes para dar continuidade à demoliçãos das casas. Algumas famílias já moram no local a mais de 10 anos. A indignação é total e as famílias prometem resistir.
Moradores das comunidades vizinhas, como Camilo Torres, Eliana Silva e Irmã Dorothy (ocupações populares que resistem e lutam por moradia digna na região do Barreiro) também prestaram solidariedade indo até o local para defender as famílias. Com a intensa movimentação e os protestos que se seguiram, a PM e os fiscais da PBH se retiraram do local, apesar do forte aparato repressivo. Um governo e uma prefeitura que propagam com suas publicidades milionárias serem competentes, modernos e eficientes. Os trabalhadores, a juventude e povo de BH desconhecem essas qualidades, já que no dia a dia arealidade é bem diferentes.
Essa continua sendo a política da Prefeitura: destruir a casa de famílias humildes e pobres. Uma política antisocial, de "higienização da cidade", transformando os pobres em seus alvos, enquanto que as empreiteiras fazem tudo com o total aval da administração municipal e do governo estadual, lucrando milhões através de uma desastrosa especulação imobiliária e às custas do sacrifício e do sofrimento de milhões de pessoas. Até agora a Prefeitura não apresentou nenhuma solução para o grave problema habitacional de Belo Horizonte, e o pior, nem sequer o tão falado Programa Minha Casa, Minha Vida existe na cidade. Essa é a prova do total descaso do Prefeito Márcio Lacerda e do governador Antônio Anastasia que, ao lado de Aécio Neves, tratam os problemas e as reivindicações o do povo de Minas Gerais debaixo de um forte aparato repressivo. Por isso, não resta lutar e se organizar para mudar
Essas fotos fazem referência ao despejo ilegal realizado pela Prefeitura de BH no dia 02/04 (ontem) com demolição de casas de alvenaria de famílias de baixa renda na região do Barreiro. Essa ação foi realizada derrepente, sem decisão judicial. A prefeitura de BH acompanhada da Polícia Militar e de um trator, demoliu 3 casas de alvenaria e não demoliu outras casas porque o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - MLB, juntamente com centenas de moradores da Ocupação Eliana Silva, chegaram e impediram o pior.
Abaixo o fascismo da prefeitura de BH!
Fora Márcio Lacerda!
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas MLB
Fotos denunciam despejo ilegal promovido pela PBH
Essas fotos fazem referência ao despejo ilegal realizado pela Prefeitura de BH no dia 02/04 (ontem) com demolição de casas de alvenaria de famílias de baixa renda na região do Barreiro. Essa ação foi realizada derrepente, sem decisão judicial. A prefeitura de BH acompanhada da Polícia Militar e de um trator, demoliu 3 casas de alvenaria e não demoliu outras casas porque o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - MLB, juntamente com centenas de moradores da Ocupação Eliana Silva, chegaram e impediram o pior.
Abaixo o fascismo da prefeitura de BH!
terça-feira, 2 de abril de 2013
Prefeitura de BH realiza despejo ilegal
Hoje dia 02/04/2013, por volta das 8hrs da manhã, cerca de 40 policias
militares junto com fiscais da prefeitura de Belo Horizonte, sem ordem judicial,
iniciaram uma desocupação na Vila Horta II que fica ao lado da vila Irmã
Dorothy, na região do Barreiro em Belo Horizonte.
Com a ajuda de um trator foram demolidos três barracos de alvenaria que
já estavam quase prontos, deixando essas famílias na rua sem viabilizar nenhum
lugar para que elas pudessem ir. Houve muita tensão no local com a chegada do
batalhão de choque. As famílias temiam o pior. Um representante da fiscalização
da prefeitura deixou uma notificação em alguns barracos dando 30 dias para que
as famílias se retirassem, afirmou também que retornará amanhã para continuar
fazendo demolições de barracos em construção. Algumas famílias já moram no
local a mais de 10 anos. Todas as famílias estão dispostas a resistir.
Hoje dia 02/04/2013, por volta das 8hrs da manhã, cerca de 40 policias militares junto com fiscais da prefeitura de Belo Horizonte, sem ordem judicial, iniciaram uma desocupação na Vila Horta II que fica ao lado da vila Irmã Dorothy, na região do Barreiro em Belo Horizonte.
Com a ajuda de um trator foram demolidos três barracos de alvenaria que já estavam quase prontos, deixando essas famílias na rua sem viabilizar nenhum lugar para que elas pudessem ir. Houve muita tensão no local com a chegada do batalhão de choque. As famílias temiam o pior. Um representante da fiscalização da prefeitura deixou uma notificação em alguns barracos dando 30 dias para que as famílias se retirassem, afirmou também que retornará amanhã para continuar fazendo demolições de barracos em construção. Algumas famílias já moram no local a mais de 10 anos. Todas as famílias estão dispostas a resistir.
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