domingo, 29 de abril de 2012

Visitas de solidariedade e doações para ajudar as famílias

Uma delegação do Sindicato dos Trabalhadores de Informática e Processamento de dados de Minas Gerais (Sindados), composta pela presidente Rosane Cordeiro e o diretor Glauber Ataide esteve na Ocupação no último sábado (28). Os sindicalistas conversaram com coordenadores do MLB, participaram da assembleia dos moradores à noite e fizeram importantes doações de lonas (para reconstrução das barracas destruídas pelas chuvas) e de brinquedos para a creche.

Também esteve presente o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Minas Gerais, Pedro Paulo Pinheiro, o Pepê, que também representou o Partido da Causa Operária (PCO). Pepê fez doação de muitas colchonetes (para substituição das que foram perdidas devido às chuvas da última semana) e de estantes para a creche.









MLB e Ocupação Eliana Silva participam do 4º Encontro de Movimentos Sociais de Minas Gerais

Final de semana muito movimentado e de muito trabalho na Ocupação Eliana Silva. Uma delegação de 60 pessoas da ocupação participa desde sábado do 4º Encontro de Movimentos Sociais que se realiza na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Neste domingo o Encontro de Movimentos Sociais terá o Painel Soberania - Reformas estruturais e a Cúpula dos Povos (Rio +20), mesa em que estará o MLB para expor a luta pela Reforma Urbana e a questão da moradia no Brasil e em Minas Gerais.

Ainda no sábado à noite, moradores da Ocupação, juntamente com estudantes universitários, organizaram uma atividade de confraternização chamada de Canjica Cultural para comemorar uma semana da Ocupação Eliana Silva, reconhecendo que esses primeiros dias foram de muita resistência, e que ainda é preciso muito trabalho e dedicação para que a ocupação avance.

Uma semana de vitórias e de resistência!

Apesar da ameaça de reintegração de posse do local, o MLB mostrou muita disposição para manter uma resistência firme e dialogar com amplos setores da sociedade, fazendo visitas importantes à Assembleia Legislativa, onde fez denúncias à Comissão de Direitos Humanos e conquistou uma Audiência Pública para o dia 9 de maio, além de da visita de uma Comissão de Parlamentares para conversar e conhecer de perto a realidade das famílias.

Outro trabalho importante trabalho vem sendo realizado pelos advogados Elcio Pacheco e Fernando Sansão, que conseguiram audiência com a Juíza da 6ª vara, onde expuseram a situação dos moradores da Ocupação. Na quarta-feira, dia 2 de maio, será entregue documento das famílias comprovando participação em programas de moradia da prefeitura e em outros programas sociais, provando não apenas a carência das famílias, mas do descaso com suas necessidades e seu direito à moradia digna.

A semana foi difícil, pois além da presença constante da PM e da Guarda Municipal, ainda tivemos um temporal que derrubou vários barracos. Mas o trabalho vem acontecendo em ritmo de intensa unidade.

Clamores por justiça sobem aos céus

Na Ocupação Eliana Silva: proibir cadeirinhas para crianças na creche?

Gilvander Moreira[1]

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente ... com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, alimentação...”(Art. 227 Constituição/1988)

Dia 27 de abril de 2012. Em Belo Horizonte, em uma sala da CIMOS[2], do Ministério Público de Minas Gerais, acompanhei uma Comissão de moradores da Ocupação Eliana Silva[3], que buscava justiça. A vovó dona Madalena, 61 anos, em lágrimas, disse: “Até hoje, nunca tive casa própria. Sempre trabalhei como doméstica em casas dos outros. Nos últimos anos, eu vivia de favor na casa de uma cunhada, mas fui despejada por ela. Minha filha, Ana Carla, é copeira na UFMG. Trabalha servindo lanche para os estudantes. Ganha só um salário mínimo e paga R$250,00 de aluguel. Ela não tem condições de me ajudar. Eu sobrevivo com um salário mínimo de pensão do meu primeiro marido falecido.”

Elisângela, 28 anos, ao pedir apoio ao promotor, disse: “Sou índia do povo Pataxó. Nasci no Sul da Bahia. Minha irmã e meus parentes estão lutando pelo resgate das nossas terras que foram invadidas pelos brancos. Estou em Belo Horizonte há 13 anos. Eu vivia com minha sogra, mas o barraco dela é muito pequeno. Não podemos ficar pesando sobre ela. Tenho uma filha com anemia falsiforme. Não posso trabalhar fora, pois tenho que cuidar da minha filha que exige muitos cuidados médicos. Meu marido trabalha, mas só ganha um salário mínimo. Na ocupação Eliana Silva somos seis pessoas indígenas.”

Diocélia, 24 anos, com Gabriele, de 4 meses no colo, também contou ao promotor um pouco do sufoco que vem passando: “Meu marido vende balas de doce dentro dos ônibus. Não ganha mais do que R$500,00 por mês. A gente estava sobrevivendo em um barraco de dois cômodos, alugado por R$400,00. Não conseguimos pagar o último mês. Na ocupação estão minha família e as famílias de quatro irmãs minhas, além da minha mãe e meus irmãos. Não temos outra alternativa. Restou-nos lutar por um pedacinho de terra para construir nossa casinha. Vamos morar no ar?”

Com esses depoimentos e alertando que o terreno ocupado estava abandonado há muitas décadas, que não cumpria sua função social e que o déficit habitacional em Belo Horizonte está acima de 174 mil moradias, que na capital mineira não foi construída nenhuma casa pelo Programa Minha Casa Minha Vida para famílias de zero a três salários mínimos, solicitamos apoio ao Ministério Público que tem a missão de defender o público, nesse caso, 350 famílias sem-terra e sem-casa, com centenas de crianças e idosos, e vários indígenas.

A caminho da Ocupação Eliana Silva, no meio da automovelatria – um enorme engarrafamento na Av. Amazonas, às 16:10h – Diocélia continuou narrando as imensas dificuldades que enfrenta. Acrescentou: “O dono do barraco que a gente alugou cortou a água, a energia e colocou um cadeado na porta do barraco. Todas nossas coisas ficaram trancadas lá, inclusive fraudas e mamadeira da Gabriele. Temos contrato de aluguel até junho, mas o dono não respeitou o contrato.” Notícias sobre despejos por donos de barracos alugados, mesmo com contrato assinado, sem autorização judicial, se ouve aos montes na Ocupação.

Na Ocupação, encontramos o povo reconstruindo dezenas de barracas de lona preta que tinham sido destruídas pela chuva forte da noite anterior. Muita lama e terra escorregadia. Diocélia nos contou que a chuva invadiu a barraca dela. Molhou os cobertores. A chuva, que iniciou por volta das duas horas da madrugada, não deixou quase ninguém dormir o resto da noite. Após a chuva, Diocélia e Cleideone, carregando as duas filhas andaram a pé por 40 minutos até chegar ao barraco alugado pela mãe dela. Puderam tomar um banho somente às 05:30h da madrugada. Dormiram 1,5 hora. Levantaram. Pegaram uns pedaços de pau e voltaram para a Ocupação. “Agora é que não vamos desistir. Lutaremos até conquistar nossa casinha própria”, arrematou Cleideone, enquanto reforçava a barraca que tinha caído.

Mas eis um fato inusitado: “A polícia está proibindo a entrada das cadeirinhas que ganhamos para a creche das crianças!”, gritou um senhor que chegava ofegante. Dirigimo-nos à entrada da Ocupação, onde, de fato, constamos o absurdo. Apresentei-me e interroguei o tenente Damásio: “Por que as cadeirinhas da creche das crianças não podem entrar?” “Recebemos ordem para não deixar entrar nenhum material de construção”, alegou o tenente. “Tenente, cadeirinha para crianças da creche não é material de construção”, alertamos. “Não pode entrar madeira. Nas cadeirinhas há madeira”, tentou o tenente justificar o injustificável. Insistimos: “Tenente, não há nenhuma lei ou ordem judicial proibindo a entrada de materiais de construção na Ocupação e muito menos a entrada de cadeirinha de criança. Choveu muito na noite anterior. O chão está todo úmido. Como pode as crianças sentar no chão úmido? E o Estatuto da Criança e do Adolescente? Não assegura respeito à dignidade das crianças?” Telefonamos para comandantes superiores, mas após uns quarenta minutos o tenente nos disse que não tinha sido autorizada a entrada das cadeirinhas doadas por pessoas de boa vontade que se comoveram ao ver a bonita barraca de lona preta que fizeram para ser a Creche das Crianças.

Buscando ser simples como as pombas, mas espertos como as serpentes, após vários policiais ouvirem muitas mães clamarem pelos direitos humanos de suas crianças, voltamos para dentro da Ocupação para reunião da Coordenação e, após, Assembléia Geral.

De repente, o sr. Sebastião, 81 anos, sanfoneiro da comunidade, chega gritando: “A Polícia não quer deixar trazer aqui pra dentro o meu tamborete – um pequeno banquinho. Preciso dele para sentar para poder tocar a sanfona que é muita pesada. Eu já fiz ponte de safena, tenho problemas de coração e não agüento tocar a sanfona em pé.”

Enfim, antes, pedimos ao Ministério Público que cumpra sua missão de defender os direitos fundamentais das crianças e idosos. Depois, vimos com nossos próprios olhos Polícia militar de Minas, cumprindo ordens injustas, agredir a dignidade de centenas de crianças e idosos. Assim, a polícia está desviada da sua função. Está protegendo uma propriedade que não cumpria função social. Por que a polícia não protegia o terreno antes, quando estava abandonado e era bota-fora, lugar de desova de cadáveres? A polícia não deve respeitar a dignidade das crianças e dos idosos?

Aos policiais alertamos o brado de dom Oscar Romero, arcebispo de El Salvador, martirizado em 24 de março de 1980: “Militares, vocês não estão obrigados a cumprir ordens que são contrárias à ordem maior de Deus, que diz: Não matarás. Obedeçam suas consciências.” Acrescento, nos evangelhos Jesus ensina que leis e regras devem ser respeitadas, se forem justas. Jesus desrespeitou várias leis e regras que agrediam a dignidade humana.

Aos que reprimiam as crianças, Jesus bradou: “Deixai as crianças e não as impeçais de vir a mim, pois delas é o Reino dos Céus.” (Mt 19,14; Mc 10,14; Lc 18,16). Mexeu com as crianças, mexeu com Jesus de Nazaré e conosco. Aos que se sentiam justos e donos da verdade, Jesus mostrou que a oferta da viúva, apenas uma moedinha, valia mais, pois ela se doava e não apenas dava sobras. (Cf. Mc 12,42-44).

Na Ocupação Eliana Silva, as famílias e a comunidade (sociedade) lutam para garantir dignidade a suas crianças e idosos, mas o Estado tem sido omisso, melhor dizendo, cúmplice e, muitas vezes, promotor de opressão. O povo clama por moradia, creche (educação) e dignidade e o Estado manda a polícia, o trato desumano legalista e arbitrário de uma polícia que defende primordialmente a propriedade privada – inclusive a que não cumpre função social - para além de qualquer manifestação de humanidade. Desde quando a polícia tem que impedir a entrada de cadeirinhas para crianças em algum lugar, a entrada de um banquinho para um idoso descansar e tocar sua sanfona? Isto é negação do Estado Democrático de Direito. É o cúmulo da violação da dignidade humana. Impossível calar.

Belo Horizonte, MG, Brasil, 29 de abril de 2012.

[1] Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor do Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA -, em Belo Horizonte – e no Seminário da Arquidiocese de Mariana, MG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis - facebook: gilvander.moreira

[2] Coordenadoria de Inclusão e Mobilização sociais.

[3] Cf. www.ocupacaoelianasilva.blogspot.com.br

AJUDE A NOSSA CRECHE


As famílias da Ocupação Eliana Silva já fundaram uma creche, uma reivindicação nunca atendida pelo poder público nos bairros populares. Ela se chama Escolinha Maria do Carmo, Carminha. A responsável é a companheira Sandra, pedagoga e moradora da ocupação. A Escolinha precisa de apoio para atender todas as crianças da Eliana com qualidade enquanto os pais estão no trabalho.

Os materiais que a creche está precisando: folhas de papel, cola, fita crepe, banquinhos, mesinhas, recipientes de plástico para guardar brinquedos, lápis de cor, pincel atômico, toalhas de mão, escovas de dente, revistas usadas, livrinhos de história, livros didáticos, colchões/tapetes infantis emborrachados, biscoito, achocolatado, leite, papel higiênico.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Entrevista de Leonardo Péricles (MLB) à Rádio CBN, ao vivo

Entrevista ao vivo de Leonardo Péricles, coordenador do MLB - Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - à Rádio CBN, no dia 27/04/2012, direto da Ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte. Leonardo fala sobre a questão da moradia na cidade, o déficit habitacional de quase 70 mil casas, o programa Minha casa, minha vida e situação da mais nova ocupação da cidade, a Eliana Silva, na região do Barreiro.

Frei Gilvander na Ocupação Eliana Silva

Intervenção de Frei Gilvander durante culto ecumênico na Ocupação Eliana Silva.

Vídeo: Por dentro da Ocupação Eliana Silva

Conheça um pouco mais da Ocupação Eliana Silva e os depoimentos de alguns moradores.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

NOTÍCIAS DA OCUPAÇÃO: 5 DIAS DE LUTA

Hoje as famílias da ocupação Eliana Silva completam o quinto dia de resistência e de luta. Convictos da luta justa que estão travando por um direito fundamental do ser humano, a moradia digna, não arredam o pé do terreno baldio, que servia para amontoar lixo e aumentar a insegurança da vizinhança e que hoje pode de fato cumprir função social.
 A Prefeitura de Belo Horizonte entrou com o pedido de despejo das famílias. A justificativa da prefeitura é que a área é de proteção ambiental, mas isso não é verdade. Segundo documentos do cartório, que estão em posse do MLB se trata de uma terra devoluta, sem dono que deve ser usada para dar teto a essas centenas de famílias que não tem para onde ir.

 “Sua batatinha está assando”

 A juíza da 6ª vara, Dra Luzia, depois de pressões da Prefeitura, assinou o despejo. Estamos recorrendo na justiça e aguardando o diálogo. Enquanto isso a força policial tenta intimidar as famílias. Todas as noites, a polícia ronda a ocupação, revista os moradores e joga lazer no rosto dos trabalhadores ocupados. Viaturas do tático-móvel circulam a ocupação com megafone e gritam “Aguardem que a batatinha de vocês está assando”, numa atitude ilegal e truculenta.
No dia de ontem, uma comissão da ocupação foi recebida por parlamentares e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALMG) marcou uma audiência pública sobre a ocupação para dia 9 de Maio, às 9h na ALMG. A comissão se comprometeu em visitar a ocupação e ajudar no diálogo com a Prefeitura.
 Na assembleia de ontem as famílias reunidas reafirmaram sua disposição de luta e permanecerão no terreno até a construção de todas as casas.

Barrados na Prefeitura

Uma representação das famílias da ocupação foi no dia 24 de abril entregar na prefeitura uma carta pedindo diálogo e não pode passar nem da escadaria. Os representantes tiveram que pedir para outras pessoas que passavam no momento para que entrassem na prefeitura e entregassem a carta. Mesmo assim, não há força que barre a luta legitima do povo por seus direitos. As 350 famílias trabalhadoras da ocupação aguardam diálogo e resistem até que tenham um teto para morar.

OCUPANTES DENUNCIAM POLÍCIA NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

II Fórum de Solidariedade a Ocupação Eliana Silva!

É hoje, às 18h30, na Faculdade de Direito, prédio da pós-graduação, 6º andar, sala do Pólos. As famílias já resistem há 5 dias. Venha saber das últimas informações e participar da rede de solidariedade à ocupação Eliana Silva. Quem tiver doações para as famílias pode encaminhar também na reunião.

terça-feira, 24 de abril de 2012

ATENÇÃO URGENTE:

ACABA DE SAIR A ORDEM DE DESPEJO DA OCUPAÇÃO ELIANA SILVA NA 6ªVARA. NÃO PODEMOS PERMITIR QUE MAIS UMA INJUSTIÇA SEJA COMETIDA EM BELO HORIZONTE CONTRA O POVO TRABALHADOR. DIVULGUE E COMPAREÇA A OCUPAÇÃO. A PARTIR DESSA MADRUGADA A POLÍCIA PODE APARECER PARA CUMPRIR A ORDEM.

Música e culto ecumênico com Frei Gilvander na Ocupação Eliana Silva

Música e culto ecumênico com Frei Gilvander na Ocupação Eliana Silva.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ocupação por movimentos sociais não configura esbulho penal, explica Dr. Elcio Pacheco



Intervenção do Dr. Elcio Pacheco na ocupação Eliana Silva.

"Movimento social que ocupa terras para reivindicar uma política pública consagrada na constituição federal brasileira não configura o esbulho penal."

ATENÇÃO URGENTE:

PREFEITURA ENTROU COM O PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESTÁ NA MESA DO JUÍZ. AS FAMÍLIAS PODEM SER DESPEJADAS AMANHÃ QUANDO AMANHECER.
DIVULGUEM!PRECISAMOS DE TODA AJUDA POSSÍVEL!!!

Reunião de solidariedade à Ocupação Eliana Silva



Para debater as lutas pela moradia e prestarmos solidariedade à Ocupação Eliana Silva, convidamos todos  para uma reunião, nesta segunda-feira, dia 23 de abril, às 18:30h, no 6º andar do prédio da Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UFMG. Endereço: Rua João Pinheiro, 100.
Contamos com a presença de todos!

Viva a luta do povo pobre de Belo Horizonte!
Morar dignamente é um direito humano!

Movimento nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)

DEU NA MÍDIA NESSE DIA 23 DE ABRIL:



JORNAL A VERDADE (ON LINE)
Helicóptero para reprimir famílias e trabalhadores pobres
Por volta das 4hs da manhã de ontem (21), a polícia militar cercou por terra e  ar as famílias que estão construindo a ocupação Eliana Silva na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
http://averdade.org.br/2012/04/helicoptero-para-reprimir-familias-e-trabalhadores-pobres/

PORTAL MINAS LIVRE (ON LINE)

350 famílias sem-terra e sem-casa, ocupam terreno em BH: Ocupação Eliana Silva

Na madrugada de hoje, dia 21/04/2012, em Belo Horizonte, MG, cerca de 350 famílias sem-terra e sem-casa, organizadas pelo MLB - Movimento de Libertação dos Bairros, Vilas e Favelas - ocuparam um terreno abandonado que é área pública - terra devoluta - que não tem registro e nem averbação em Cartório. 
http://www.minaslivre.com.br/movimentos-sociais/3112-350-familias-sem-terra-e-sem-casa-ocupam-terreno-em-bh-ocupacao-eliana-silva


ESTADO DE MINAS (ON LINE)
Famílias denunciam tentativa de invasão de traficantes em ocupação no Barreiro de Baixo

Segundo coordenador do movimento, grupo armado tentou entrar em terreno ocupado por 300 famílias

O terreno ocupado desde o último sábado por 300 famílias ligadas ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), na Região do Barreiro, teria sido alvo de uma tentativa de invasão de traficantes na madrugada desta segunda-feira.


O TEMPO (IMPRESSO)
Ocupação ganha até projeto urbanístico

A mais recente ocupação de Belo Horizonte, a Eliana Silva, na Vila Santa Rita, na região do Barreiro, vai ganhar um projeto urbanístico e apoio educacional de universitários voluntários para as crianças e adolescentes. Uma assembleia para decidir os rumos do movimento e um culto ecumênico foram realizados ontem, na área, que está ocupada desde a madrugada de sábado.

SUPER NOTÍCIAS (IMPRESSO)
Arquiteto e universitários farão trabalhos voluntários para ajudar ocupantes

A mais recente área ocupada de Belo Horizonte, a Eliane Silva, na região do barreiro, vai ganhar projeto urbanístico e apoio educacional para as crianças e adolescentes, nesta semana.

CARTA-ABERTA DA OCUPAÇÃO ELIANA SILVA

Na madrugada do dia 21 de abril de 2012, cerca de 350 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam pacificamente uma área na região do Barreiro, em Belo Horizonte, determinadas a conquistar o direito humano universal de morar dignamente. Em pouco tempo o terreno devoluto, até então usado para o tráfico de drogas, se viu repleto de barracas de lona e de sonhos das famílias da Ocupação Eliana Silva, nome dado em homenagem a uma das fundadoras do MLB falecida em 2009.

A ocupação é a resposta encontrada por essas famílias ao déficit habitacional de Minas Gerais que, segundo dados do relatório Déficit Habitacional no Brasil 2008, da Fundação João Pinheiro, é de 474 mil moradias. Mais alarmante é a situação de Belo Horizonte que, sendo uma das cidades mais ricas e importantes do país, possui uma carência habitacional que ultrapassa 115 mil moradias. Sabemos que esses índices podem ser muito maiores, já que há 307 mil moradores vivendo em 169 áreas irregulares em Belo Horizonte, segundo dados do Censo 2010 do IBGE.


Terceiro dia de resistência

Completando seu terceiro dia de resistência a ocupação sofre ameaça de despejo por parte da Guarda Municipal e da Polícia Militar do Estado o que deixa a situação das famílias tensa e insegura. O local ainda encontra-se sem água e sem luz, prejudicando as condições de convivência de crianças, mulheres e idosos, que são a maioria da ocupação.

A ocupação Eliana Silva tem recebido amplo apoio dos movimentos sociais e da população da região. Uma rede de apoio e solidariedade se formou, porém, é necessária a ampliação dessa rede. Não vamos permitir um novo Pinheirinho desta vez em Belo Horizonte

Nesse sentido, solicitamos apoio de todos à luta dessas famílias por moradia. É fundamental a visita organizada para que todos tomem conhecimento da situação da ocupação. Pedimos também apoio material para compra de alimentos e remédios. Toda ajuda na intermediação junto à Prefeitura de Belo Horizonte para que o Prefeito Márcio Lacerda receba uma comissão de moradores é bem-vinda.

Reunião de solidariedade à Ocupação Eliana Silva

Para debater as lutas pela moradia e prestarmos solidariedade à Ocupação Eliana Silva, convidamos todos os setores comprometidos com essa importante causa para reunião, nesta segunda-feira, dia 23 de abril, às 18:30h, no 6º andar do prédio da Pós-gradução da Faculdade de Direito da UFMG.
Contamos com a presença de todos!

Viva a luta do povo pobre de Belo Horizonte!
Morar dignamente é um direito humano!

Movimento nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)

Poor families occupy abandoned public land to build their houses but are repressed by the police

In the first hours of last Saturday (April 21st), nearly 300 families, organized by the Movement of Struggle in Districts, Villages and Slums (MLB) and claiming the constitutional right to decent housing, occupied a large area in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, since the occupied land didn't fulfill any social function - as it should, according to the Brazilian Constitution - for the past 30 years.

Although this area was used before only by drug traffickers to sell drugs and to hide corpses of people they killed, the police showed up three hours after the beginning of the occupation and tried to intimidate the families.

Even a helicopter was used by the repressive apparatus. Many policemen had guns in their hands. The occupation's lawyers dissuaded them of using violence against poor workers, children, elderly and women, since the movement was pacific.

Although the occupied land is public and, as such, should fulfill a social function, the authorities said the land will be reintegrated to the state and the families dislodged, what will be done through violence.

For this reason, and to avoid a new bloodbath as recently happened in another occupation, the Pinheirinho, the MLB and the families urge for international support and solidarity, since a judicial battle will be fought in the next days, which will decide the lives of these nearly 300 families.

Below is the official website of the occupation (news, pictures and videos):

You can contact the movement through these channels:

Phones:
+55 (31) 9133-0983
+55 (31) 9331-4477
+55 (31) 9716-5356

E-mail: ocupacaoeliana@gmail.com

Long live the people’s struggle!

domingo, 22 de abril de 2012

Fotos da ocupação Eliana Silva

Estas fotos cobrem a inauguração e os primeiros dias da ocupação.


































Helicóptero para reprimir famílias e trabalhadores pobres


Por volta das 4hs da manhã de ontem (21), a polícia militar cercou por terra e ar as famílias que estão construindo a ocupação Eliana Silva na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

As famílias entraram no terreno e ergueram as primeiras barracas por volta da primeira hora do Dia da Inconfidência, indo logo após repousar. Mas por volta das 4hs foram acordadas por um helicóptero da polícia que pairava sobre suas cabeças.

A proximidade da aeronave chegou a tal ponto que a força do vento das hélices levantava as lonas que cobriam as barracas, ameaçando o seu desabamento.

Mas as famílias e os trabalhadores, determinados a resistir e lutar por moradia digna, não deixaram se intimidar pelo aparato da repressão, respondendo ao sobrevoo policial com gritos de ordem.

Somente após intervenção dos advogados da ocupação junto ao comando da polícia o helicóptero deixou a região. Mas permaneceu, no entanto, o cerco por terra.

FOTOS DA OCUPAÇÃO







sábado, 21 de abril de 2012

DEU NA MÍDIA NESSE 21 DE ABRIL:


Jornal A Verdade – on line

Polícia ataca famílias em luta por moradia
Na madrugada do dia 21 de abril, cerca de 350 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), reivindicando o direito garantido pela Constituição brasileira de acesso a moradia digna o povo organizado, realizou uma nova ocupação urbana em Belo Horizonte numa área que não cumpre a função social da terra.
A ocupação é uma consequência do descaso da Prefeitura e do Governo do Estado frente ao déficit habitacional no estado, que chega a índices alarmantes, denunciados pelos movimentos sociais e órgãos de imprensa.

Estado de Minas - on line

Famílias montam novo acampamento em terreno no Barreiro
Grupo do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) montou barracos de lona no terreno de cerca de 35 mil metros quadrados na Vila Santa Rita. Essa nova ocupação leva o nome de Eliana Silva
Hoje em Dia – on line
Militantes do MLB ocupam terreno no Barreiro

Mais de 500 pessoas estão no local e já instalaram suas barracas na reinvindição por moradia digna

Mais de 500 pessoas do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocupam um terreno de aproximadamente 35 mil metros quadrados no bairro Santa Rita, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, desde a madrugada deste sábado (21). De acordo com os manifestantes, o intuito é reivindicar o direito constitucional de moradia, sendo que aquela área, que seria pública, estaria abandonada e se enquadraria neste direito.

G1
Mais de 500 pessoas invadem terreno na Região do Barreiro, em BH

Ocupação é do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
Terreno de 35 mil metros quadrados não tem registro, segundo manifestantes.

Band News
BRASIL: INTEGRANTES DO MLB INVADEM TERRENO EM BELO HORIZONTE

Área reservada da Companhia de Saneamento de Minas Gerais é invadida por integrantes de um movimento de luta por moradias. De Belo Horizonte, o repórter da Rádio Bandnews, Antonélio Souza, tem mais informações.



Eliana Silva: uma justa homenagem


Eliana Silva dedicou sua vida à luta pelo direito á moradia em Belo Horizonte desde á sua juventude, quando iniciou sua militância no movimento estudantil secundarista de Minas Gerais, com uma breve passagem na reconstrução das organizações estudantis. Em pouco tempo começou seu trabalho junto às famílias pobres da capital mineira.

Em 1996, Eliana se destacou como uma das principais lideranças da Ocupação Vila Corumbiara, que resistiu sob cerco militar durante 10 dias consecutivos. Após um grande trabalho de resistência e de enfrentamentos com a repressão, a Vila Corumbiara ampliou seu trabalho obtendo amplo apoio de movimentos sociais e populares, de sindicatos, igreja e importantes setores políticos em Belo Horizonte.

Em pouco tempo a ocupação foi se fortalecendo, e mesmo sem a conquista do título de posse, as lutas por transporte escolar e urbano, creche, saneamento, água potável e iluminação pública, foram direitos garantidos através de um intenso processo de lutas e manifestações, passeatas e ocupações na Regional Barreiro da PBH. Lutas que fizeram o movimento popular avançar e exigiram o atendimento das reivindicações mais sentidas dos moradores. Lutas que levaram à conquistas e aumentaram a participação politica dos moradores nas principais lutas da cidade.

À frente dessas lutas sempre esteve presente Eliana Silva, que jamais abriu mão de sua condição de lutadora da causa social, de sua opção comunista e de sua convicção ideológica pela construção da sociedade socialista.

Infelizmente, Eliana contraiu um câncer que levou à sua morte prematura.

Porém, seu legado histórico de luta popular e revolucionária continua vivo. Agora, surge como uma justa homenagem de todos aqueles que aprenderam à amar e admirar sua firmeza, sua coragem e sua dedicação na luta pelos direitos dos pobres à moradia, pela dignidade humana e contra as injustiças e as desigualdades sociais, seja em Belo Horizonte, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

Eliana Silva vive em cada luta popular!
Todo apoio e solidariedade à Ocupação Eliana Silva!

MLB realiza ocupação Eliana Silva em Belo Horizonte


Na madrugada do dia 21 de abril de 2012, cerca de 200 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam pacificamente uma área na região do Barreiro, em Belo Horizonte, determinadas a conquistar na luta o direito humano de morar dignamente. Em pouco tempo o terreno devoluto, até então usado para o tráfico de drogas, se viu repleto de barracas de lona e de sonhos das famílias da ocupação Eliana Silva, nome dado em homenagem a uma das fundadoras do MLB falecida em 2009.

A ocupação é a resposta encontrada por essas famílias ao déficit habitacional de Minas Gerais que, segundo dados do relatório Déficit Habitacional no Brasil 2008, da Fundação João Pinheiro, é de 474 mil moradias. Mais alarmante é a situação de Belo Horizonte que te (somente a capital mineira, uma das cidades mais ricas e importantes do país, possui uma carência habitacional que ultrapassa 115 mil moradias).

A atual administração do prefeito Márcio Lacerda (PSB), ao invés de enfrentar esse problema, promove uma política elitista e voltada para o modelo capitalista de cidade, que tem por princípio beneficiar as grandes empreiteiras e os megaprojetos, como, por exemplo, a Copa do Mundo de 2014.

Essa política é a responsável pelo aumento do número de famílias desabrigadas, que todos os anos perdem seus bens por causa das chuvas e por morarem em situação precária.

Apesar disso, a Ocupação Eliana Silva nasce forte e disposta a resistir. Uma rede de apoio se formou ainda durante a madrugada composta por representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sindicalistas, lideranças estudantis, representantes da igreja progressista, entidades dos movimentos sociais, assessores parlamentares, entre outros. O objetivo da rede é barrar a tentativa de intimidação da prefeitura e do batalhão de choque da PM e buscar uma solução negociada com a gestão municipal para garantir o direito das famílias à moradia.

Viva a luta do povo pobre de Belo Horizonte!
Morar dignamente é um direito humano!

TODO APOIO À OCUPAÇÃO ELIANA SILVA



Belo Horizonte, 21 de abril de 2012         

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania apoia incondicionalmente a nova ocupação urbana de Belo Horizonte – a Ocupação Eliana Silva– realizada, na madrugada de hoje, na região do Barreiro, por cerca de 350 pessoas organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas / MLB-MG.  Eliana silva é o nome de uma grande companheira belorizontina, falecida em 2009, tendo dedicado sua vida à luta pela moradia.          

Sabemos que, nesta cidade e neste país, só a luta dos trabalhadores e trabalhadoras e a ocupação de terrenos abandonados podem garantir o direito constitucional à moradia.  O projeto de Lacerda / Anastasia para a cidade prevê a guerra generalizada contra os pobres e a criminalização dos movimentos sociais em nome da especulação, do capital e da privatização do espaço público.     

Para defender este projeto de uma cidade só para a burguesia, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de MG foi acionado: a Ocupação Eliana Silva se encontra, agora, submetida a forte cerco.  Repudiamos com veemência qualquer tipo de intervenção da polícia, da prefeitura e do governo do estado de Minas Gerais , sabemos do que eles são capazes  – não podemos permitir que mais um massacre aconteça em Belo Horizonte.            

Contamos com o apoio e solidariedade de todas e todos os companheiros de luta.
VIVA A OCUPAÇÃO ELIANA SILVA!MORADIA SIM, REPRESSÃO NÃO!ABAIXO A POLÍTICA DE PRIVATIZAÇÃO DA CIDADE DE LACERDA E ANASTASIA!          

Assinado:  Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG