quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quando o sonho vira realidade


A ocupação Eliana Silva caminha para completar três meses e vem sendo contruída com muito trabalho e união. São mais de 200 barracos de alvenaria que foram contruídos e com eles, um clima de otimismo e fé vem dando o tom da ocupação. “Nossa meta é transformar a ocupação em um bairro e vamos provar que isso é possível, queremos contruir o centro ecumênico, ter ligação oficial da luz, da água, rede de esgoto e iniciar o projeto da área de lazer” disse Poliana Souza, 25 anos, mãe de uma filha e membro da coordenação da ocupação.
Incentivados pela coordenação, boa parte das casas de alvenaria estão sendo contruídas através dos mutirões, os moradores se juntam em grupos e vão levantando as moradias. Os avanços podem ser registrados através das falas dos moradores: “Espero que no futuro meus filhos possam estudar, espero minha vida possa mudar, agora tenho endereço fixo, comecei a trabalhar e estou juntando dinheiro para melhorar minha construção”. Cristina Lima, 22 anos, mãe de 2 filhos e moradora da ocupação. “Eu vim pra cá porque morava de favor na casa de filho e eu não pretendo depender de filho para toda vida. Depois que separei do meu marido, ele vendeu a casa e fiquei anos morando de favor. Agora estou ocupando meu tempo. Graças a Deus, não tenho nada que reclamar da ocupação. Espero construir minha casa e ficar quetinha aqui dentro. Espero que esse povo (prefeitura e polícia) não venham mexer com a gente aqui” Disse, Dona Cassilda dos Anjos, 57 anos, moradora da ocupação.
Apesar dos problemas, dificuldades inclusive resultantes da omissão da prefeitura, governo do estado e federal, a ocupação avança e se desenvolve.

Apoios e vitórias
Muitos avanços acontecem na ocupação. Na questão jurídica, houve uma vitória em primeira e segunda instância, onde o agravo que foi interposto por um dito dono de parte do terreno, foi indeferido pela justiça. Apesar de mais essa vitória parcial, a ocupação ainda corre riscos, pois ainda há a possibilidade de despejo, uma vez que esta ocupação é uma ação que mostra diretamente os problemas enfrentados pela sociedade e que o povo organizado tem condições para resolver. O interesse de que não exista mais Eliana Silva não é meramente judicial, senão um reflexo do plano que o governo tem para a população, de que esta continue sendo explorada e sem condições dignas de moradia.
Exemplos da capacidade popular de resolução de problemas são cotidianos nesta ocupação:
Uma horta comunitária está sendo organizada e o adubo está sendo feito a partir dos restos de comida e de outros materiais orgânicos.
A creche está ganhando apoios importantes. Um projeto pedagógico está sendo organizado, com apoio de um núcleo de educação formado por professores e estudantes da Faculdade de Educação da UFMG e demais apoiadores de outras instituições e entidades.
No dia 14 de outubro, a rede de solidariedade realizou a comemoração do dia das crianças. Foram feitas muitas brincadeiras, oficinas e distribuição de centenas de brinquedos. O dia foi encerrado com a exibição o filme “Formiguinhaz”.
Os fins de semana são ocupados com atividades esportivas e culturais. Os times de futebol masculino, feminino e infantil já estão formados e iniciando seus treinos.
O MLB, em parceria com a Associação Cultural e Social de Capoeira Santa Rita que tem como coordenador o grande capoeirista, Mestre Tito, fecharam um convênio que oferece aulas de capoeira gratuita aos moradores todas as sextas e sábados.
Além disso, um grupo de Chorinho irá se apresentar no dia 04 de novembro na ocupação e o coletivo Família de Rua, responsável pelo renomado Duelo de MC's, que já ganhou expressão nacional, irão promover o duelo dentro da ocupação no dia 25 de novembro.

Publicado originalmente no Jornal A Verdade

Um comentário:

  1. deus ajude q tirem esse povo daki do meu bairro... pois 99%dos q estão ali nao precisam de casa... precisam de vergonha na cara...quem passa na porta ver de 20 a 30 veiculos dos invasores.. e vem falara q nao tem condiçoes de arruma um imovel.. contra outra.. sem contar a favela q ira virar e o aumente desenfreiado da violencia.

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