Veja o resultado da política neoliberal
e elitista do governo de Kassab e do PSDB em São Paulo. O resultado é a “limpeza
étnica”, que discrimina e massacra o povo pobre em beneficio dos interesses de
empresas privadas e empreiteiras. É a mesma política adotada em Belo Horizonte
pela prefeitura de Márcio Lacerda. A extrema-direita está só esperando resolver
a fatura eleitoral ainda no primeiro turno, com a cumplicidade da grande mídia reacionária
(Estado de Minas, O Globo, etc.) para atacar as comunidades em luta pela
moradia em Belo Horizonte, como a comunidade Eliana Silva, no Barreiro. Por isso,
queremos alertar a todas e todos para ficarem ligados, pois a nossa luta só
está começando. Enquanto isso, a comunidade trabalho duro para garantir o
direito humano de morar dignamente. Segue abaixo a matéria publicada no portal Rede Brasil Atual.
Trabalho
de empresa de terraplenagem em terreno de 10 mil metros quadrados da Ceagesp
começou dois dias após fogo destruir favela do Moinho, fechando o acesso ao que
era chamado de 'bosquinho'
Por:
Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual
A favela do Moinho sofreu dois incêndios em menos de um ano,
e é alvo de um projeto para construir ali
um parque (Foto: Danilo Ramos. Arquivo RBA)
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São
Paulo – Uma semana após o incêndio na favela do Moinho, no centro de São Paulo,
uma porção de cimento começa a ganhar feição rapidamente no local que antes
abrigava uma área verde, chamada pelos moradores de "bosquinho". O
trabalho de uma empresa de terraplenagem começou apenas dois dias após o fogo
destruir parte dos barracos em um terreno da Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) que, cedido ao setor privado, será
transformado em um estacionamento de caminhões.
Até o dia do incêndio, a área
era aberta, possuía árvores de pequeno porte e bastante mato, de acordo com
moradores da favela. Hoje (24), só havia poucas árvores no local e pelo menos
cinco homens trabalhavam na limpeza do terreno, de 10 mil metros quadrados. Com
um trator, um caminhão e um carro antigo, os trabalhadores não usavam uniformes
que identificassem a empresa.
De
acordo com o encarregado de obras, Alfredo dos Santos, todos são empregados da
Terraplanagem JC, situada no bairro de Pirituba, zona oeste da capital. Ele
afirma que a empresa teria sido contratada pelo Ceagesp para fazer a limpeza do
terreno com o intuito de evitar que ele fosse ocupado por desabrigados do
incêndio. Não foi possível localizar a empresa.
Apesar
de manter contato com Alfredo, o integrante do Departamento Comercial do
Ceagesp, Rubens Reis de Souza, afirmou que, após a locação, o Ceagesp não
teria mais responsabilidade sobre o terreno. Nenhum dos dois disse saber o nome
da empresa que teria alugado a área. A assessoria de imprensa do órgão também
não soube informar quem seria o locatário, porém confirmou que a área dará
espaço a um estacionamento de caminhões.
A
Rede Brasil Atual apurou
que Alfredo dos Santos também é supervisor geral da empresa de estacionamento
União Park, que, de acordo com o Ceagesp, teria concorrido a uma licitação. Ele
nega o fato. Situada entre duas linhas de trem, a possível entrada para o
terreno seria passando por parte da Favela do Moinho, localizada embaixo do
viaduto, que pegou fogo na última segunda-feira (17).
Os
desabrigados da favela começam a reconstruir as casas, mantendo 10 metros de
distância do viaduto Engenheiro Orlando Murgel, seguindo orientações da Defesa
Civil. De acordo com a prefeitura a estrutura do viaduto foi abalada e uma
empresa de construção civil trabalha na reforma do local. O trânsito está
impedido em um dos sentidos.
Este
é o quinto incêndio na Favela do Moinho, que vitimou uma pessoa e deixou pelo
menos 300 desabrigados. Desde 2006 a área, antiga posse da Rede Ferroviária
Federal, está em disputa. A prefeitura de Gilberto Kassab (PSD) pretende
construir um parque ou uma estação de trem, e alega que o terreno não serve
para moradia porque está contaminado. Em dezembro do ano passado ocorreu o
maior incêndio do Moinho, que devastou um terço da comunidade, em uma área de
6.000 m². Duas pessoas morreram e dezenas de famílias ficaram desabrigadas.
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