Incêndios acontecem em áreas de São Paulo onde se pretende construir empreendimentos habitacionais e comerciais e onde há obras públicas a serem implantadas (Foto: Marcelo Camargo/ABr) |
São Paulo – O Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado
de São Paulo (MP-SP) investiga se há origem comum entre os incêndios em favelas
paulistanas, por suspeita de que estejam sendo provocados por grupos
interessados em tirar vantagem econômica dos terrenos. A declaração foi dada
hoje (18) à Agência
Brasil pelo promotor da área de Habitação e Urbanismo José
Carlos Freitas.
“É curioso notar que esses
incêndios têm acontecido, de forma geral, em lugares onde há forte interesse do
mercado imobiliário”, avalia o promotor. Ele aponta que, normalmente, são áreas
nas quais se pretende construir empreendimentos não só habitacionais, mas
também empreendimentos comerciais, especialmente, onde há obras públicas a
serem implantadas. A área criminal [do MP] está preocupada com a essa
coincidência”, justificou.
A Câmara Municipal de São
Paulo também investiga as causas e responsabilidades sobre os incidentes por
meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada em abril de
2011. Só em 2012, por exemplo, ocorreram 33 incêndios de grandes proporções em
favelas da capital paulista. A comissão já identificou que a apuração das causas
dessas ocorrências é quase sempre inconclusiva.
Para Freitas, embora os
incêndios sejam justificados por condições como falta de umidade e precariedade
das moradias, a explicação não é lógica. “Outras favelas que têm a mesma
estrutura de construção também estão sujeitas à falta de umidade, mas os
incêndios não têm acontecido com essa frequência em regiões mais distantes”,
compara.
Uma das atribuições da
Promotoria de Habitação e Urbanismo é acompanhar o destino dado às famílias que
são desalojadas em decorrência dos incêndios. “Ao longo dessas investigações,
quando detectamos alguma prática criminosa, nós encaminhamos para a Promotoria
Criminal para que ela apure as causas e se há alguma atividade orquestrada para
incêndios dessa natureza”, explicou.
Edição:
Davi Oliveira
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